Um modelo de negócio para o jornalismo digital

Sob o título “Um modelo de negócio para o jornalismo digital”, apresentei o resultado da pesquisa realizada na Universidade Columbia à diretoria da Associação Nacional de Jornais, a ANJ.

A pesquisa, de certa forma, foi realizada sob inspiração do trabalho que desenvolvi em 2012 e 2013 para a própria ANJ, na condição de diretor do Comitê de Estratégias Digitais da entidade.

A apresentação ocorreu em reunião mensal realizada em auditório na sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro, numa quinta-feira, dia 20/2/2014. Foi seguida de um breve debate com os participantes — proprietários e executivos dos principais jornais do país.

Sobre a pesquisa

A pesquisa, cujo relatório tem o título “Um modelo de negócio para o jornalismo digital: como os jornais devem abraçar a tecnologia, as redes sociais e os serviços de valor adicionado” foi realizada em 2013 em Nova York, na Universidade Columbia.

Ela apresenta uma estratégia possível para as empresas jornalísticas formatarem um modelo de negócio rentável na era digital.

A partir da constatação de uma disrupção nesta indústria, o autor sugere uma modelagem capaz de garantir produção jornalística de qualidade, independência e vigilância crítica dos poderes.

Para tanto, o trabalho descreve a cadeia de valor do negócio tradicional da imprensa e reelabora-a conforme a realidade da comunicação no negócio digital. Diagnostica o problema geracional que atrapalha o desenvolvimento de produtos na plataforma digital (nativos analógicos versus nativos digitais). Situa as empresas no ambiente disruptivo do jornalismo pós-industrial – conforme conceito desenvolvido pelo Tow Center (Columbia University).

O relatório da pesquisa também alinha os problemas que as empresas jornalísticas enfrentam com gigantes como Facebook e Google, além de sugerir como lidar com eles. Detalha os desafios na questão dos investimentos em tecnologia. Desenha como as empresas devem abraçar as redes sociais e explica como estão acontecendo as mudanças na produção de conteúdos para adequá-los à nova realidade digital.

Com exemplos e dados de mercado, o estudo sugere a formulação estratégica do modelo de negócio, detalha como é possível funcionar a publicidade neste novo cenário (dominado por gigantes e o restante pulverizado entre várias empresas carentes de uma larga rede de publicidade composta de publicações de qualidade), explica de que forma os paywalls (cobrança de assinatura dos conteúdos) fazem parte da solução e injeta um terceiro elemento fundamental na estratégia: a produção de serviços de valor adicionado – esta última, uma expressão emprestada da indústria de telecomunicações – num movimento que transforma a tradicional empresa de informação em um empresa de serviços.

Créditos

Pesquisa realizada no outono de 2013 na Columbia University Graduate School of Journalism, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e originalmente publicada na edição brasileira da Columbia Journalism Review, a Revista de Jornalismo ESPM nº 9 (abril, maio e junho de 2014), páginas 51 a 115.

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