As contradições das mídias como negócio e muito mais, por Caio Túlio Costa

Publicado no site Boombust em 27/03/2009

Wagner Fontoura

“…o jornalismo é um discurso que pretende sempre ser verdadeiro, qualquer que seja a definição de verdade. Jornalistas não se veem do lado do mal e do engano (e nem são vistos assim), abominam o erro e justificam seu trabalho como um bem social. Nesse sentido, jornais, jornalistas, o jornalismo, estão indissoluvelmente ligados à noção de ética, ao conhecimento do bem e a praticá-lo. Não são só necessários, são “bons”. Será?” Marco Chiaretti, Publicado em O Estado de S. Paulo de 22/03/2008, no caderno Cultura, pág. D-5

Acontecerá na próxima segunda-feira, 30 de março, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av Paulista, 2073, São Paulo), o lançamento do mais novo livro do Caio Túlio Costa, jornalista, professor da Cásper Líbero, doutor em Ciências da Comunicação e executivo na área de comunicações, ex-presidente do Internet Group (iG), com forte vivência em diversos veículos, como Folha de S. Paulo e UOL.

Tive a felicidade de participar no último ano de pelo menos 1 painel de debates com o autor onde estes mesmos temas foram discutidos e de assistí-lo discorrendo sobre esses assuntos em várias outras oportunidades, na tv, em seminários e palestras. Caio Túlio, a meu ver, destaca-se entre seus pares não apenas por toda a trilha de importantes realizações construída por si, mas pela coragem (eu diria, pela audácia) com que levanta questões como as discorridas no seu novo livro.

Como operário e evangelizador de novas mídias, tenho particular interesse pelo tema “ética nessas novas mídias” e me identifico sobremaneira pelos pontos de vista defendidos pelo Caio Túlio sobre tópicos como: “as contradições do jornalismo como negócio e, ao mesmo tempo, atividade de interesse público; os limites da objetividade e da imparcialidade (seriam um mito?); a busca da precisão num cotidiano premido pela urgência; os ideais de verdade, justiça e credibilidade.”

Com uma postura nada maniqueísta, seu discurso tem se mantido longe da pretensão de ditar regras de conduta para os profissionais de quaisquer mídias, muito menos de defender o que supostamente seja certo ou errado, mas, antes, mostra-se questionador e investigativo a respeito do quanto há, de fato, de novo nos dilemas que vivemos atualmente, após o advento das novas mídias interativas preconizadas pela chamada web 2.0.

Caio Túlio Costa sustenta que, apesar de todas as novidades na mídia, o modo de fazer jornalismo não mudou.

“O que tem mudado é a forma de comunicação e o grau de importância atribuído ao jornalista, já que agora qualquer indivíduo pode criar e veicular produtos noticiosos, atingindo on-line milhões de pessoas. Essa possibilidade sim é inédita e espantosa.” Caio Túlio

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