Publicado no semanário Meio & Mensagem de 23/03/2009 à pág. 48
Marcos Bonfim
Uma questão urgente, discutida não somente nas salas de aulas dos cursos de Jornalismo, mas por todo espectro da sociedade, principalmente em períodos tão conturbados como o atual, repletos de informação. Para falar sobre ética, o jornalista, professor e doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP, Caio Túlio Costa, penetra em um ambiente singular no livro Ética, Jornalismo e Nova Mídia – Uma Moral provisória, da editora Jorge Zahar.
Com vivência em diversos veículos, como Folha de S. Paulo e UOL, ex-presidente do Internet Group (iG) e atual professor da Função Cásper Líbero, Costa não faz do livro um manual com regras a serem seguidas, mas investiga, a partir do conceito de moralidade, a prática jornalística desde os tempos iniciais dos meios de comunicação até hoje, com uma nova mídia enlouquecida pela rapidez e necessidade de informação.
A obra, resultado da tese apresentada por Costa na USP, no ano passado, com a qual se tornou doutor em Ciências da Comunicação, levanta a discussão sobre a função comercial do jornal em confrontação com o interesse social e público. os conceitos de objetividade e imparcialidade, o imediatismo – às vezes um contraponto à precisão da informação – e os ideais jornalísticos de verdade, justiça e credibilidade também são destacados.
O autor apresenta ainda uma instigante sustentação: o jornalismo não mudou, apesar da importância dada à figura do jornalista em virtude de novas ferramentas como os blogs, que permitem a qualquer indivíduo a propagação e veiculação de notícias. A obra aponta como desafio maior do jornalismo no século 21 a manutenção da identidade.