O soneto (abaixo) é usado no curso de Ética Jornalística como introdução à Trágica História de Hamlet, Príncipe da Dinamarca (conforme fac-símile da capa da edição original). A tradução do soneto é de Caio Túlio Costa.
Soneto 121
Antes ser vil do que vil ser considerado
Quando, mesmo sem sê-lo, esta culpa te imputam
E então perdes um prazer verdadeiro, dado
Que tua alma não, mas os demais condenam.
Então, por que os olhos espúrios dos outros
Hão de julgar meu sangue quente?
Ou espiar minhas fraquezas os mais frouxos
E considerar ruim o que considero um presente?
Não, eu sou o que eu sou; e os preocupados
Com meus desmandos, eles próprios se expõem:
Eu sou franco enquanto eles são dissimulados,
E que seus juízos podres não sujem minhas ações.
A não ser que esta máxima eles mantenham:
Todos os homens são maus e na maldade reinam.
Sonnet 121 (original em inglês)
‘Tis better to be vile than vile esteem’d,
When not to be receives reproach of being,
And the just pleasure lost which is so deem’d
Not by our feeling but by others’ seeing:
For why should others false adulterate eyes
Give salutation to my sportive blood?
Or on my frailties why are frailer spies,
Which in their wills count bad what I think good?
No, I am that I am, and they that level
At my abuses reckon up their own:
I may be straight, though they themselves be bevel;
By their rank thoughts my deeds must not be shown;
Unless this general evil they maintain,
All men are bad, and in their badness reign.