Workshop discute o papel da educação formal para os alunos do século XXI

PUBLICADO NO SITE DO CANAL FUTURA EM 24/04/2012

Qual é o papel da educação formal em um mundo repleto de informações ao alcance do mouse? Como utilizar o conhecimento dos próprios alunos e ensiná-los a construir uma visão crítica diante da tecnologia? Estas foram algumas das questões debatidas no Workshop Futura 2012: Comunicação e Educação de Ponta-Cabeça, realizado no dia 19/04 na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na capital paulista. O evento contou com apresentações de Caio Túlio Costa, jornalista, doutor em Ciências da Comunicação e consultor de novas mídias e Maria Luiza Belloni, especialista em Ciências da Educação e pesquisadora do Comunic, grupo de estudos da Universidade Federal de Santa Catarina que estuda as inter-relações entre as mídias e os processos educacionais.

Segundo Caio Túlio Costa, embora haja grandes transformações em curso na forma como encaramos as instituições, apreendemos conhecimento e nos comunicamos, a educação formal apresenta, de forma geral, uma visão retrógrada. “Há 300 anos a escola se encontra estruturada da mesma maneira”, criticou.

Apesar do atraso, no entanto, a educação pode exercer um papel fundamental para ajudar as novas gerações a lidar justamente com o grande fluxo de informações e com a necessidade do aprendizado constante, lembrou Maria Luiza Belloni. “A educação tem que ser ao longo da vida, não só para as crianças. A escola precisa ensinar como aprender”. Para isso, é crucial superar a resistência à tecnologia, que muitas vezes leva a um conflito de gerações entre alunos e professores. “Podemos ter educação de qualidade apenas no papel. Mas para educar as crianças, fazer com que elas aprendam a usar as novas mídias e assumam uma postura crítica, precisamos da tecnologia”, alertou a especialista.

Entre as propostas discutidas no workshop, está a mudança no foco da educação, que deveria priorizar a criação de metodologias de pesquisa que motivem as crianças a buscar conhecimento em vez de se concentrar em transmitir conteúdos pré-estabelecidos. “Nesse cenário de mudança, o caminho é investir na escola básica integral e na universidade pública, gratuita e aberta a todos, com professores formados também através das tecnologias”, apostou Maria Luiza Belloni.

No caso específico da educação brasileira, também é necessário efetivar políticas públicas que utilizem a tecnologia com eficácia e levem a mudanças efetivas. “A mentalidade de quem dirige a escola não mudou. Não adianta comprar um monte de tablets e usar do jeito errado. A mudança é inexorável, a despeito dos educadores”, afirmou Caio Túlio Costa.

Compartilhar