Se a eleição fosse pela web, Marina teria vencido no 1º turno

Publicado no Portal Imprensa, Últimas Notícias, em 04/11/2010 17:01
Por Ana Ignacio/Da Redação

 

[Para assistir a íntegra da palestra vá para o site da MVL Comunicação]

Nesta quinta-feira (04/11/2010), a equipe responsável pela campanha presidencial da senadora Marina Silva (PV) se reuniu em São Paulo (SP) para falar sobre o trabalho realizado durante a corrida pelo Planalto: “Como a internet ajudou Marina Silva a atingir 20 milhões de votos”, era o tema do encontro que destacou as atuações de comunicação realizada pela equipe nas múltiplas plataformas. Sob responsabilidade da MVL comunicação, a senadora é apontada como um dos fatores que levou as eleições para o segundo turno.

Contrariando o que a grande maioria dos críticos pensa, o jornalista Caio Túlio Costa, coordenador da campanha de Marina, não acredita na tese de que a internet não teve impacto nas eleições brasileiras. “Dizem que a internet não foi importante, mas no caso da Marina foi o contrário. Foi algo extraordinário”, disse destacando que a candidata do PV foi a terceira colocada mais votada desde a redemocratização. Normalmente, nos processos eleitorais, os dois principais candidatos possuem muito mais votos que o terceiro. “Falam também que a arrecadação na internet foi um fracasso, foi um estouro”, diz destacando que não há como comparar o caso de Obama que teve 632 dias de campanha, enquanto aqui no Brasil foram apenas 246, sendo que as doações, no caso de Marina, foram arrecadas em 58 dias.

Todo o trabalho de comunicação da campanha foi voltado para a internet. A equipe levou Marina Silva para a Campus Party, famosa feira de tecnologia, em janeiro de 2010, para fazer o que eles chamam de “batismo digital”. “Queríamos falar com aquele público. Quem está na Campus Party, está no Twitter. São a vanguarda da internet”, avalia Costa.

O principal papel da internet na campanha teria sido o de dar espaço para Marina uma vez que ela não tinha muita visibilidade na mídia tradicional. Com tempo de TV muito inferior ao de seus oponentes, foi preciso arranjar uma outra forma de se colocar em destaque. “A mídia tradicional tinha dois candidatos elegíveis. A internet colocou mais um”, explica Costa.

“Estar na rede por estar, é o nada”

Apesar de não ter obtido sucesso total, uma vez que Marina não foi eleita e nem passou para o segundo turno, os coordenadores de comunicação consideram o trabalho de campanha um sucesso e destacam que um dos fatores que proporcionou isso foi o planejamento das ações. “Muita gente quer usar a internet para aparecer nas mídias clássicas. Isso não tem a menor importância. É importante que você saiba focar sua presença na rede. Não adianta estar por estar. Tem que respeitar a vocação da rede”, explica Costa

Além disso, o constante acompanhamento e debate nas redes sociais também são fatores decisivos.”Sem monitoramento não tem conversa e não tem sentido ficar restrito ao meio virtual porque não dá para votar pela internet. Se desse, ela teria sido eleita no primeiro turno, mas o meio virtual gera conversa”. Uma conversa muito mais intensa e entre muito mais gente do que os outros meios proporcionam.

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