Abertura do Web 2.0 se faz sob o signo da mudança

Conversa com Larry Brilliant, do Google.org, abre o encontro sobre Web 2.0 de 2008 em São Francisco

Sob o signo de que se pode acreditar em mudança (“Change, we can believe in”) abriu-se na tarde de quarta-feira a quinta edição do Web 2.0 Summit, em São Francisco, Califórnia.

O convidado para o primeiro papo com Tim O’Reilly e John Battelle, os organizadores do encontro, foi o Dr. Larry Brilliant, diretor executivo do Google.org.

Brilliant explicou que a idéia de montar uma iniciativa filantrópica no Google surgiu antes mesmo do IPO (quando a empresa colocou suas ações na bolsa de valores nos EUA). O Google.org é financiado com 1% de todos os lucros do Google, além de 1% do tempo dos funcionários da empresa. Segundo ele, não é uma atividade que incomoda os investidores da empresa. A atitude que empresa tomou, em suas palavras, foi “se você não concorda com esse modelo, não compre nossas ações.”

Segundo Brilliant, o objetivo do Google.org é (simplesmente…) ajudar a resolver os principais problemas do mundo. A instituição utiliza um processo típico de investidores de risco, selecionando idéias a partir de um conjunto inicial de centenas de propostas. Para estar entre os finalistas, o problema que solução proposta pretende resolver deve ser grande e as soluções, escaláveis.

Até agora a empresa conseguiu definir três iniciativas principais, investindo US$ 100 milhões. A primeira delas se chama Informar e Dar poder, que tem o objetivo de melhorar os serviços públicos e aumentar a capacidade da população de exigir serviços públicos melhores, como a qualidade das escolas e da água.

A segunda linha de atuação é Prever e Prevenir, que significa ajudar a desenvolver a capacidade de identificar e agir antes contra ameaças globais, como epidemias. Uma das ações envolve usar dados online sobre doenças de diversas fontes, como sites de jornais e cruzar essas informações com ferramentas do Google, como o Google Maps. “Queremos usar a tecnologia como antídoto contra doenças emergentes”, explica o executivo.

A terceira área de interesse é a de desenvolvimento de energia renovável mais barata que o carvão. Nesse caso, a empresa se dedica a investir em empresas que possam inventar e dar escala econômica para tecnologias que possam substituir ou diminuir a dependência atual de combustíveis que geram aquecimento global. Até agora, o Google.org já investiu em duas empresas de geração de energia solar.

Texto produzido em conunto com Caique Severo e publicado no iG Tecnologia em 05/11/2008

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